quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A cor do meu Mundo




Todas as manhãs quando eu acordo
não sei se meus olhos se abrem
ou se fecham
Todas as cores são cinza
e desbotam as paredes
do meu rosto amorfo
renunciando cicatrizes
no peito onde jazia
um coração cuspido
quase na mesma cor

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sozinha




Arranquei tudo de dentro de mim
O coração deixei numa mão
Enquanto que a outra
me despedia de ti

sábado, 9 de junho de 2012

Quase um poema

                      Não há versos e rimas
                                                               nas águas deste mar
                                                               Onde perdi meu corpo

                                                               Não há versos e rimas
                                                               nas nuvens deste céu
                                                               entre tempestades

                                                               Não há versos e rimas 
                                                               Onde quase escrevo
                                                               um poema

quinta-feira, 29 de março de 2012

Molhadinha

Sonhando ou acordada
te tenho todas as noites
em meus lençóis
Secos ou molhados

Nesta noite me senti sozinha
e viajei contigo
aqui me amando
teu sorriso doce de menino
me desejando

Tuas mãos macias me faziam coisas
que guardarei para sempre comigo
Somente eu sei como faziam
Elas me tocavam de um jeito
que um rio quente
de mim vertia

Nem queira saber do final
Ainda estou exausta
e levemente tonta
Mas se vier, quero mais

A cama goteja mel
O lençol ainda arde em chamas
Minha pele molhadinha
implora pela tua

Vou me deitar aberta na janela
Fumaria, se fosse o teu cigarro
Mas vou olhar as estrelas
e sorri com elas

Sentindo meu corpo secar
com o sopro do luar
As mãos deixarei molhadinhas
para saber do gosto
do gostinho teu

Meu maior poema!


Dentro do meu coração
nasceu uma flor
cujo perfume
embriaga o vento
e intimida o Sol
Quando ela sorri
sei qual é o meu
Maior poema!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Águas do Sul - (Dedicatória)


Um vento silenciosamente
beijou as cortinas
do meu quarto

Era o frio
que vinha do Sul
me cobrir a pele nua

Na penumbra, o reflexo
de uma taça de vinho
Quase senti o teu sabor

Ardiam mais que lareira
as águas doces que naveguei
nos lençóis da minha cama

Exausta, adormeci
antes que o rio
me levasse...




sábado, 3 de março de 2012

Tua flor

Quando tuas mãos meu corpo
vem contemplar
me despetalo em baixo

É tua a flor que abro
penetre sua noite
e beba seu néctar

Pela manhã estarás
umidecido ao fogo
do mel que te guardei

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Nada mais

Não tenho mais nome
quando me chamares
saberei que me chamas

Restaram-me apenas
Um pedaço de pele
cobrindo alguns ossos

E um pouco de sangue
O suficiente para
esse poema

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A folha seca


Hoje o vento soprou errante
em minha janela embaçada
E uma folha seca deixou
Era a esperança
Que de meus sonhos
ele arrancou...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dias cor de lágrima


No quintal apenas duas pedras
as únicas que restaram
sobre um cinza desbotado
que a chuva não quis levar

Pausadamente a tempestade
levanta o pó das ruínas
escondendo um olhar agridoce
De um corpo quase amorfo

Sorrateiramente a noite vem
cortando entranhas fétidas
Não é carmesim na lâmina
a poeta está morta




terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Dissolvida


Do alto da maior montanha
observo o mundo girar
E ele tão lentamente
gira meus sonhos

Não sei se pulo
Ou crio asas

Meu corpo é de cera
O Sol já vai nascer
E eu preciso partir...