quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

As duas flores

São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

Castro Alves

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Uma flor murcha


Um vento forte sopra meus cabelos
despenteia minha pele fria
queima minha carne morta
Anunciando a chuva que vem 
corroer minhas lágrimas
com suas gotas àcidas 
Quisera eu sentir dor
Sou apenas uma flor murcha
num mármore gélido de amor!



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

As estrelas do meu céu


Eu nasci numa casinha de barro
O telhado era de palha
Quando chovia molhava meu quarto
então, eu me sentava na janela
E via as flores do jardim sorrindo
para as gotinhas que nelas caíam

A noite, dessa mesma janela
olhava para as estrelas
E elas falavam comigo
dizendo que um dia
viria a mim um anjo
que me levaria até elas
para celebrar o amor

Passaram tantas primaveras
Choveu tanto...tanto
Hoje, moro em um castelo
E o que molha meu quarto
são as lágrimas do meu rosto

Ainda olho para as estrelas
Pergunto onde está esse anjo
Elas sem o brilho de antes
não conseguem me responder
Sozinha com a força do meu querer
aperto a lua em meu braços
e ela me promete o Sol... 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Chorando na chuva

Quando a dor transborda 
e não posso mais suporta-la
Eu vou chorar na chuva
Lá tu não verás minhas lágrimas

Eu desejo que venha
a maior tempestade
E se o céu cair
não lavará minha dor

Quando o sol surgir
tu meu amor
não saberás o quanto
chorei por ti

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vazio de mim

Suavemente lágrimas
molham meu rosto frio
Elas vem devagarinho
me arranhando a face
Vindas do vazio de mim
onde habitam dores
por eu ser sem ti
o nada que sou

domingo, 12 de dezembro de 2010

Amo-te

Sinto-me brilhar fortemente
ao me fazeres sorrir e chorar
quando me cobres com teu manto
me deixando livre derrepente


Amo-te quando falas de amor
sussurrando ao meu ouvido
paralizada eu fico louca
com os versos do teu labor


Eles fazem-me flutuar de emoção
ser um anjo voando no infinito
ao ouvir-te tão baixinho 
poesia do meu coração 

sábado, 11 de dezembro de 2010

Desabando por dentro

Vagarosamente busquei a imensidão do mar
mergulhei nas emoções e me afoguei
Hoje minhas lágrimas caem na lama
Mesmo assim acredito no querer e no amar


Sei que ainda não amanheceu
vestida de branco suspiro e te espero
observando o brilho das estrelas
penso no amor que um dia foi meu


Fecho meus olhos e nos tocamos
estou desabando por dentro
E te amando intensa e loucamente
como a última noite que nos amamos

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Neve de fogo





Neste frio abrasador
eu venho dos céus para
te cobrir com o meu amor

Uma neve tão branquinha
como flocos de algodão
E de fogo para aquecer
o teu doce coração

Se entregue a mim agora
como um rio ao mar
eu venho dos céus
somente para te amar

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Quando o sol surgir

Abra a janela e deixe-me entrar
de mansinho no teu sono
Soprando teu rosto ao luar


Tocarei teus cabelos
te beijando a face
assim... tão docemente


Deixe-me respirar o teu cansaço
e quando o sol surgir
ser um sonho acordando
nos teus braços

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vodca com limão

Eu sou vodca com limão
mato-te a sede de uma vez
ou vai sofrer na minha mão
Eu quero o teu amor bandido
e o teu bruxo coração
Tiro-te o sossego
sou fogo, desejo e sedução
Faço tudo e muito mais
deixarei-te ferido
 e com dois meses de sorriso
Vai chorar e  implorar
pedindo-me para voltar
Mas para tua cama
eu não voltarei jamais
Quem me ama uma vez
não aguenta mais!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Paraíso distante

Vens soprando devagarinho


me levando como uma brisa


Até o teu paraíso distante


onde pousam minhas inquietudes


Dizendo-me que um dia


Mesmo que seja à tardinha


Viverei-te sonho impossível!